A cor da escola é a mesma cor do povo?

A pesquisadora da UFBA, Ana Lúcia Silva Souza, discute letramento, escolas e relações raciais


     

Geral • Sexta-feira, 13 de Setembro de 2013, 13:45:00

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: Sasha Alves

O Brasil é um país conhecido por sua diversidade sociocultural. Somos um povo de todas as cores e credos, único e plural à sua própria maneira. Mas por que essa riqueza não é explorada na educação, nas salas de aula ou até no próprio currículo escolar?

Motivada por estes questionamentos, a professora doutora em Linguística da Universidade Federal da Bahia, Ana Lúcia Silva Souza, defende que essa multiplicidade deve ser trazida para o universo escolar - inclusive como forma de inserção social e combate ao racismo. Para isso, Ana afirma que as diferentes expressões da cultura negra, como o hip hop e o rap, são sim, formas de letramento, e precisam ser vistas como tal.

“Como explicar que a minha vó, que não era alfabetizada, conseguiu me ensinar um monte de coisas? Como aquele jovem que não consegue interpretar um texto em sala de aula, fora dali consegue escrever uma letra de rap, grafitar um muro e dialogar com seus pares por meio da fala, dos gestos e de suas roupas? Dá para falar que essas pessoas não são letradas? A escola está diante de diferentes culturas que nunca conseguiu lidar, mas que não podem mais serem silenciadas”, explica a professora.

Baseada nessas premissas, Ana Lúcia desenvolve pesquisas no que chama de “letramento de reexistência”. Quer saber mais sobre esse conceito? Veja o vídeo da professora no site do Indicadores Educação: http://www.indicadoreseducacao.org.br/?p=3156!