Mais de 3 milhões de crianças e jovens estão fora das escolas

O acesso à escola no Brasil cresceu, mas ainda não é o suficiente. É o que diz o relatório do movimento Todos pela Educação.


     

Geral • Segunda-feira, 29 de Abril de 2013, 14:52:00

      

       Entre 2000 e 2011, a taxa de atendimento escolar da população entre 4 e 17 anos passou de 83% para 92%. Isso quer dizer que mais de 90% das crianças, adolescentes e jovens brasileiros estão matriculados e frequentes nas escolas. No entanto, essa porcentagem não alcançou a meta estabelecida pelo movimento Todos pela Educação, que era de 94,1% da população nessa faixa etária regularmente matriculada em 2011. Em uma parceria entre sociedade civil, iniciativa privada e gestores públicos, o movimento criou o “De Olho nas Metas”, um relatório anual que pretende monitorar a evolução da educação brasileira. Uma das metas finais é elevar essas cifras para 98% ou mais até 2022.

       Dos 3,6 milhões de brasileiros entre 4 e 17 anos que estão fora da escola, a faixa etária que mais contribuiu para aumentar esse número é a de jovens entre 15 e 17 anos. Existem mais de 2 milhões de jovens nessa idade sem acesso à educação formal. Outra faixa etária que também tem números elevados é a de crianças entre 4 e 5 anos. Segundo o relatório “De Olho nas Metas”, uma em cada cinco crianças entre 4 e 5 anos não encontra vaga na escola. Esse déficit de vagas preocupa a diretora-executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz. Em entrevista à Agência Brasil, ela afirmou que a educação infantil será o desafio dos próximos gestores municipais: "Os dados não chegam a ser alarmantes, mas são preocupantes, existe 1 milhão de crianças para ser incluído no sistema de ensino em quatro anos".

       O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), que engloba as Secretarias de Educação dos Estados e do Distrito Federal, reconheceu através de uma nota a relevância dos dados do “De Olho nas Metas”, mas afirmou que o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) é o indicador de qualidade estabelecido para as escolas públicas brasileiras. De acordo com o órgão, “já existem indicadores suficientes para a promoção de uma educação com a qualidade de condizente a um País que atualmente representa uma das maiores economias do mundo. No entanto, há que se pensar e conjugar esforços entre os diversos setores da sociedade para a concretude deste desafio.”.

       O relatório “De Olho nas Metas” monitora outras quatro metas, além da universalização do atendimento escolar. São elas: alfabetização até os 8 anos de idade, aprendizado adequado ao ano escolar dos alunos, ensino médio completo até os 19 anos e investimento em educação ampliado e bem gerido. O relatório pode ser acessado na íntegra no site http://www.todospelaeducacao.org.br/biblioteca/1476/de-olho-nas-metas-2012/.