Pnaic 2016 tem início na UFMG

Além do detalhamento dessa edição, falas sobre o momento político no país deram o tom da abertura, que teve ainda contação de história


     

Acontece • Segunda-feira, 03 de Outubro de 2016, 13:43:00

Teve início hoje, na UFMG, a edição de 2016 do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. Devido ao cenário de instabilidade política, que levou a atrasos no lançamento do programa este ano, o trabalho será realizado em tempo mais curto que nas três edições anteriores, com encerramento previsto para dezembro e maior parte da carga horária de "formação em serviço", com atividades realizadas diretamente nas escolas e acompanhamento à distância.

Em sua fala de boas-vindas, o vice-diretor da Faculdade de Educação da UFMG, João Valdir de Souza, mencionou da consolidação de fóruns de educadores, como esse que se constitui no Pnaic. "Governos são temporários", afirmou, referindo-se às trocas de governos recente e próximas, com o impeachment da presidenta Dilma Roussef, no nível federal, e com a realização das eleições municipais, que trarão novas gestões a partir de janeiro. Defendendo o lugar da educação como política de estado, o vice-diretor da FaE desejou, ao fim de sua fala, "que daqui muitas diretrizes seguras e claras possam sair". A fala de boas-vindas foi seguida pela atividade cultural que sempre marca o início dos encontros do Pnaic na UFMG: o professor da FaE Josiley Francisco de Souza foi o convidado para realizar uma contação de história. 

Pela preservação de histórias

A coordenadora-adjunta do Pnaic na UFMG, Valéria Resende, realizou em seguida a apresentação "Organização do Pnaic 2016", em que detalhou como se dará o funcionamento dessa edição, considerando-se o período curto para realização e o formato com maior carga horária de formação extraclasse. O trabalho seguirá metas estabelecidas pelo Ministério da Educação, com uma formação "voltada para o diagnóstico na sala de aula" e visando "oferecer ao professor um repertório de práticas pedagógicas na área de alfabetização e letramento, permitindo uma intervenção". Uma das principais estratégias será voltar às avaliações, tanto externas quanto diagnósticas, tema que já foi abordado em edições anteriores do Pnaic. "Temos que ter consciência de que vamos iniciar um trabalho de monitoramento: ter acesso a esses dados e [planejar] o que fazer com eles", afirmou Valéria, que destacou que esse trabalho a ser iniciado, de interpretação e intervenção a partir dos resultados de avaliações, não pode se encerrar em dezembro, com o fim desta edição do Pnaic.

Na abertura de sua palestra, que teve como tema "As contribuições da BNCC para elaboração de metas e ações", a coordenadora-geral do Pnaic na UFMG, Isabel Frade, destacou a importância dessa política nacional consolidada, já há quatro anos, sob a ideia de Pacto: "Por envolver o Brasil inteiro, tem um peso, o peso de uma história, assim como foi com o Pró-letramento, em 2007". Ao mencionar a extensa consulta popular que resultou na segunda versão da BNCC, seguida dos seminários estaduais nos quais se realizou nova e extensa consulta, organizada por uma articulação de estados e municípios, Isabel defendeu que "não há como se desmanchar essas histórias". "São as ações políticas que temos que fazer com esses documentos e com essas histórias que vão garantir que elas não sejam desvirtuadas", enfatizou Isabel, antes de iniciar sua palestra.