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Escala de proficiência

Autor: Ruben Klein,

Instituição: Fundação Cesgranrio / Avaliação Educacional,

Escala de proficiência é um conjunto de números ordenados, obtido pela Teoria de Resposta ao Item (TRI) que mede a proficiência (habilidade) em uma determinada área de conhecimento. A probabilidade de se acertar um item aumenta à medida que a proficiência (habilidade) aumenta.  

A escala de proficiência não tem uma origem (zero) e uma unidade de medida absoluta. Portanto, a origem e a unidade de medida precisam ser arbitradas para se evitar a indeterminação. Utilizando uma analogia para facilitar a compreensão dessa ideia, tem-se que o mesmo ocorre com a escala de temperatura. É preciso saber, por exemplo, qual é o ponto de fusão da água, de ebulição da água. Na escala Celsius, o 0 (zero) é definido pelo ponto de fusão da água e o 100 (cem) pelo ponto de ebulição da água e a unidade pelo valor 1 (um). Mas é preciso interpretar outros pontos da escala para saber, por exemplo, quando a temperatura do corpo é normal e quando indica febre. Do mesmo modo, é preciso interpretar a escala de proficiência para sabermos o que os alunos sabem e são capazes de fazer em um determinado ponto da escala.

É essa interpretação que permite estabelecer relações entre a escala de proficiência e o desempenho escolar – espera-se, assim, que ela possibilite a identificação das habilidades que o aluno, provavelmente, já possui, de forma que se possa cotejá-las com as que ainda precisam ou podem ser alcançadas.

Assim, a escala de proficiência representa a habilidade do aluno em um continuum de valores. A interpretação da escala é cumulativa no sentido de que, à medida que a proficiência aumenta, novas habilidades são acrescidas às que os alunos já dominam. Em uma avaliação de alfabetização, espera-se que um item que focaliza a habilidade de ler palavras simples se localize em um ponto da escala de proficiência abaixo de um item que focaliza a habilidade de inferir informação em uma curiosidade de curta extensão. Isso significa que os alunos que dominam a segunda habilidade provavelmente dominam também a primeira.

A escala do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB), uma referência para as avaliações externas no Brasil, apresenta uma escala de proficiência única para todos os anos de aplicação e anos escolares (séries).  Em cada disciplina, Língua Portuguesa (Leitura) e Matemática, a média e o desvio padrão da distribuição das proficiências da 8ª série/9º ano de 1997 foram arbitrados, respectivamente, em 250 e 50. Para manter essa escala única, utilizam-se itens comuns. Esses itens podem ser comuns entre anos escolares e, em um determinado ano escolar, entre aplicações ou edições consecutivas da avaliação.

Em suma, a escala de proficiência interpretada oferece elementos aos sistemas de ensino e aos educadores para aferição do que os alunos sabem e são capazes de fazer em um determinado ponto da escala. A partir dessa interpretação, podem ser inferidos os aspectos adequados e os que demandam replanejamento de políticas públicas e ações pedagógicas.


Verbetes associados: Avaliação Externa, Descritor (de competência ou habilidade), Matriz de referência


Referências bibliográficas:
KLEIN, R. Por uma educação de qualidade. Ensaio: avaliação e políticas públicas em educação: Revista da Fundação Cesgranrio, Rio de Janeiro, v. 11, n. 38, p. 115-120,jan./mar. 2003a.
KLEIN, R. Utilização da Teoria de Resposta ao Item no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB). Ensaio: avaliação e políticas públicas em educação: Revista da Fundação Cesgranrio, Rio de Janeiro, v. 11, n. 40, p. 283-296, jan./mar. 2003b.

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